A única coisa que torna Deus moralmente obrigado a guardar a sua Palavra é a sua natureza imutável. Portanto, desde já os senhores apologistas da moral divina estão desempregados – (risos).
De outra forma, ele poderia decidir a qualquer momento enviar todos os crentes para o inferno (inclusive eu). Poderia recompensar o ímpio pelos assassínios e pelas crueldades.
Tal Deus não seria eminentemente digno de confiança, como é o Deus da Bíblia, que é imutavelmente bom.
Creiam -, Deus é essencialmente benevolente em amor!
Um Deus todo-amoroso que ama a todos e quer que todos venham à salvação – “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos. 4.12).
Visto que o amor é sempre persuasivo, mas nunca coercivo. Deus não pode forçar qualquer pessoa a amá-lo – que é o que o amor irresistível faria com quem não quer (assim crêem os calvinistas extremados).
O amor persuasivo, mas também resistível de Deus anda de mãos dadas com a livre-escolha humana. O livre-arbítrio é uma autodeterminação. Ele envolve a capacidade de escolher de forma contrária. A pessoa pode aceitar ou rejeitar a graça de Deus.
Daí a proposta dadivosa ao jovem rico – “vende tudo quanto tens, reparte-o pelos pobres, e terás um tesouro no céu; vem, e segue-me ”- Jesus o pôs para refletir antes mesmo que o mancebo o seguisse...,
O amor faz dessas coisas assim como propôs ao jovem rico: Coloca-nos em frente ao Caminho para escolhermos sabiamente – entre a vida e a morte – porém, a escolha sempre será nossa.
É preciso entender que a graça de Deus opera sinergicamente com o livre-arbítrio. Isto é, a graça deve ser recebida para ser eficaz (entendo que eu sou apenas um receptor imerecido de tal fluxo que me é dado por pura bondade do perfeito amor divino). Não há quaisquer condições que a graça seja dada, mas há uma condição para que ela seja recebida - a fé.
Posto que GRAÇA seja receber um favor sem merecimento algum - isso é o derramar cósmico de AMOR E DE BONDADE!
Ora, e mesmo sendo a Lei um ai para a Graça – a expressão misericórdia muito utilizada no A.T. se compreendo que – mediante as misericórdias de Deus, nós não recebemos o castigo divino que merecíamos – nada dessemelhante do que a Graça!
Sendo assim, a graça justificadora de Deus em Cristo Jesus justifica o injustificável - inocenta o inocentável, aliás, humanamente falando, a justiça de Deus é uma IN-justiça!
Bastasse-nos rever a afirmação de Jesus ao ladrão na crucificação!
O próprio réu (ladrão) confessou que ele era digno de estar ali sendo executado pelos crimes que cometeu na sociedade da época...
Todavia, a voz Do Verdade acalentou-o o espírito – “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lc.23.43).
Tudo é uma questão da Graça e de graça meu irmão.
Nada para além do Evangelho de sempre.
Porém, bem aquém dos que se arrogam evangélicos de hoje!
Um Deus Todo-benevolente/amoroso não se esquivaria a sentença de se ex-pôr em expiação do homem-réu!
E não há nada de meritório que possa me somar para que me absolva de qualquer acusação diante do Eterno.
Uma apoteose ímpar onde Deus se torna Réu em lugar do réu-que-é-réu (eu, e todo aquele que Nele crer) – é Deus contra Deus no tribunal divino intercedendo por mim!
E eu em que posição de graça permaneço e reflito acerca desta disputa?
Salvo de mim mesmo, posto que em morte estivesse eu, um réu-confinado no inferno existencial de uma eternidade qualquer alienado do Reino de Deus.
Sim, Deus veio a mim e em mim me livrou Psico-espiritualmente da morte como existência gerando vida em meu caos – Nele ressurgi para a Vida espiritual e seus renovo acontecem todos os dias neste duro chão que ainda hei de pisar como um hebreu/andarilho/estrangeiro em terras estranhas – mas rumo a Jerusalém celestial.
Sim, já está CONSUMADO, agora é somente tomar posse pelo singrar da fé.
E, N'ele – Mano Serafim
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