quinta-feira, 8 de julho de 2010

Divorcie-se da culpa...


A indagação de Pedro feita a Jesus no que se materializava e se existencializava como o perdão dado ao próximo como causa de misericórdia e amor tolerante, surge à idéia de se perdoar 70x7 vezes ao dia...

Sim, e como um homem simples, o que o pobre pe(s)cador poderia desejar?

Saberia ele quem seria o seu próximo?

Desejaria outra resposta vinda do Mestre, bem mais racional e lógica do que esta de Jesus - O Qual lhe direcionava para um relacionamento fraterno  além de seu círculo de amigos e entre os irmãos de fé e de credo?

O perdão para o judeu oprimido e humilhado por Roma nessas condições sugeridas por Jesus não eram bem aceito pelos judeus e nem por seus discípulos...

Mas, de algum modo, e mais tarde, na sua existência, Pedro choraria atônito com a pergunta provocativa de Jesus: 3x “Pedro tu me amas?”

Jesus já havia sinalizado para todos: “ferirão o pastor e o rebanho se tornará disperso”.

E de forma mais direta ao próprio Pedro: “não se atemorize, antes que o galo cante três vezes, me negarás!”.

E Pedro só sentiu o peso do pecado e da culpa na sua alma foi exatamente quando se concretizou tal episódio da transgressão, quando o mesmo negou veemente a Jesus, embora já o tivesse negado no ambiente subjetivo do coração.... Foi aí que ele existencialmente de forma consciente, experimentou, sobretudo o julgo da Lei em seus membros mortais!

A mente de um religioso vive um pandemônio existencial, o individuo vive num legalismo infernal com Deus e com a consciência dos outros[e nem se importa o que Deus pensa dele], a ‘doença’ da culpa o impede de servir voluntariamente a Deus [serve mediante a neurose da culpa e do medo], o inibe de receber de Deus o perdão que tranqüiliza a alma aflita e absolve a mente dos ditames da perfeição moral imposta pela doutrina religiosa farisaica[Deus não é doutrina e doutrina humana jamais será Deus].

Quando o crente é invadido pela Graça de Deus, ele se ver no espelho da perplexidade e aceita o absurdo do infinito, embora a sua espiritualidade se concreta na base do Amor do Cristo eterno, e não vacilante, mas também Perfeito Amor nesta finitude!

A carga da culpa, só o perdão de Deus (Jesus) consegue descarregar. Um perdão a mais, uma culpa a menos. Não é de arrependimento em arrependimento que se chega ao perdão. Isso só ocorre e acontece na vida de quem é um crente legalista. Chega-se ao perdão pela ausência de culpas. E esta ausência de culpas ocorre quando se arrepende e se crer no Evangelho de Cristo sem paranóias!

E certamente para muitos cristãos, a culpa é o sentimento de morte existencial, o qual ele não consegue divorciar-se, mas anda, vive zumbificado pra todo lado. Conheço muita gente boa de Deus que vive numa neurose de culpas e mais culpas e jamais se tornaram livres de tal tormenta existencial...Mentalizam diariamente uma guerra a qual nunca existiu por parte de Deus e de Cristo!
O perdão de Deus na Cruz para estes irmãos não é o suficiente para banir as suas culpas e medos!
Jesus não tem o poder suficiente para perdoá-los e libertá-los [embora vivam participando de campanhas o ano todo nas igrejas], e pior do que tudo que possa existir, estas pessoas não conseguem se perdoar, elas não conseguem mergulhar na Paz de Cristo e no recôndito do ser usufruir desta paz-perene-shalom   – “A minha paz vos dou!”

Para Pedro, que de pedra só tinha o nome, a negação do Cristo de Deus lhe trouxera um inferno mental e emocional em ebulição – os demônios o influenciaram nos pensamentos, nas ações, lhe roubava as energias do pensar sadio, a gratidão de ser grato consigo mesmo, ser perdoado pela vida, e não mais se acusar como autoflagelo humano e miserável.

Neste estado de CULPA, as percepções são mínimas, a sensibilidade cristaliza - o discernimento desparece, e o coração fica empedernido, desapiedado, desumano... E nesta situação as máscaras são uma ótima sugestão para nos escondermos de nossa arrogância espiritualizada.
O nosso auto-engano sobre a justiça e a santidade é especialista em silenciar a Voz do Espírito intercessor dado ás nossas falsas unções!
E esquecemos que é o Espirito que sonda os nossos corações e mentes!

Hoje o engano coletivo é denominado de UNÇÃO!

Ora, Jesus disse que seria somente o Espírito Santo na particularidade de cada crente que o transformaria, e o projetaria para uma nova  e madura consciência liberta das tiranias do própio existir nesta criação caída. Jesus ensinou que o Espírito é quem faz a obra que Ele mesmo iniciou na vida do discípulo!
É uma obra inteiramente de Deus e não dos homens!

Será que é tão difícil de se compreender isso?

A predição de Jesus a Pedro de certo modo o havia confortado a alma – “Eu sei Pedro que você também me negará perante os homens e as autoridades deste mundo, mas não se desespere, jamais o abandonarei, pois, o amo, e tenho provado dia-a-dia o meu Amor para convosco!”(grifo meu).

Ora, Jesus conhecia o coração de todos os discípulos, e compreendia a dor e o que se passava na vida doída de cada um deles..., Principalmente com aquele que havia de traí-lo, porém, jamais disse a Judas algo que o impedisse de tal tragédia e dor, e segurou a revelação até as últimas horas que antecederiam a Sua morte!

Algo marcante e que deixa claro o amor e a compaixão de Cristo projetada na vida de cada um deles, e de fato se materializa na Sua missão evangelística, são as suas obras em nome do Deus de amor, se para Pedro a maior prova de seu amor pelo Mestre deveria se culminar no martírio, entregar a sua própria vida em nome do Cristo de Deus - para Cristo a Sua Ressurreição poria fim em toda a uma estrutura arquetípica Greco-romana e também adotada pelos judeus da Lei de Moisés... A qual impedia que o homem olhasse para Deus como um Pai amante - “Pai nosso que estás no Céu...”,disse Jesus.

A ressurreição seria uma prova material e eterna do Amor de Deus na conjugação do Verbo-de-Deus Amar, amar para sempre, ou seja – “Amai-vos uns aos outros com eu vos amei!”

A leitura cristã da Lei jamais deveria ser literal-Mente visando à letra [Paulo disse que a letra da Lei é quem mata sem piedade e graça], mas a leitura do Amor visa o espírito da mensagem do Evangelho ás gerações, a Palavra revelada de Deus nas Escrituras [é o Verbo de Deus Encarnado em Cristo e Cristo sendo apresentado espiritualmente nas Escrituras]! É por isso que Paulo diz que o final da Lei é Cristo.

Portanto meu irmão, a lei do Evangelho é o AMOR!

Quando Jesus ressurgiu dentre os mortos, e lá no encontro matinal com Maria Madalena no horto, Maria Madalena foi incumbida de noticiar a Boa Nova da ressurreição aos demais discípulos. E Jesus enfatizou que Pedro deveria estar também no cenáculo (Jerusalém) até que Ele voltasse do Seu Pai...,

Ora, Cefas havia negado o Seu Senhor e Mestre por três vezes, e agora, depois da cruz, da morte e desde já ressurreto o AMOR e a GRAÇA de Deus em Sua total plenitude no meio dos homens (Jesus), o Perdão seria o próximo passo de Deus para ser instalado de maneira indelével na vida dos discípulos como uma verdadeira dádiva vinda do Pai das luzes. E para isso Pedro estaria aberto para o crescimento no amor e na compreensão da necessidade do perdão na vida cristã!

O perdão seria agora diretamente o principal responsável pela cura no coração de Pedro e dos demais discípulos de Jesus de toda uma geração cristã...,
E saíba...
Aquele que é capaz de muito perdoar revela naturalmente que muito ama espiritualmente!
Então, a você eu digo: chegou a sua hora de divorciar-se da carga da culpa. Entrega para Jesus agora e deixa Ele conduzir tudo!
Mas, primeiramente perdo-se existencialmente e então poderá sentir o perdão dEle em si mesmo..No mais, o restante, Ele fará por você!
Creia!

E,claro!
Se há algum limite em perdoar, creio que ainda não chegou à contagem de Deus..., e se algum coração deseja saber a sua intensidade limiar?
Que perdoe no mínimo 490 vezes a uma só pessoa, na proporção de um só dia no Caminho!

Um beijo

Mano Serafim 08/08/10

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