quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Sacerdócio que Permanece Eternamente

A expressão Levítico deriva do radical: LEVI. Pensamento: Existe uma des-graça instalada sobre o povo de Deus, cujo agente pertinente age contrariamente se opondo contra TUDO que se manifesta como a Graça divina, i.e., o favor de Deus sobre toda a humanidade (Is.61).

Talvez a leitura de Levítico pareça monótona e com valor superado porque sabemos que o Senhor Jesus passou pela terra e aboliu definitivamente os ritos e sacrifícios da antiga Aliança (Lei). Usado pelos sacerdotes da tribo de Levi, o Levítico ensina todo o israelita a seguir o caminho da santidade como alternativa da comunhão com Deus e preservação das regras de convivência do povo, um dos pontos de ligações do Levítico aos dias de hoje é a doutrina do ano Sabático, um ensinamento maravilhoso que o Deus de Israel revela para promover o direito e a justiça.
Vivemos em um Mundo cheio de injustiças e desigualdades, e é bom recordar que há tantos anos o nosso Pai já tentava resolver os nossos problemas - Outro livro é o Livro de Juízes. Observem atentamente de que nele estão contidos muitos valores cívicos, sociais e legislativos.
Como também incluídos arquétipos de legislação penal e processual penal. Vale à pena revê-los na integra.
O Levítico ilustra passagens do N. T., como a apresentação de Jesus no templo e o momento em que Jesus cura o leproso, e diz: ”Vá se apresentar ao sacerdote”.
Sim! No livro do Levítico podemos ver todos os cerimoniais, liturgias, ritos, oblações, libações, sacrifícios, oferendas, obrigações, votos, deveres, leis, a guarda do Sábado, festas, simbolismo etc. E tudo por incumbência da tribo de Levi. Cuja tribo que não herdara nenhum território, ou seja, não estava circunscrita em nenhuma partilha de terra dentre e Nação de Israel. Todavia fora escolhida dentre as doze tribos de Israel para o serviço a Deus.
Portanto, tal tribo sacerdotal de Levi herdara o serviço, o zelo, o culto, o sacerdócio, a adoração no tabernáculo (Deserto), no templo (Jerusalém), os rituais sagrados e de purificações.
A sua linha ascendente pertencia a Arão Sumo sacerdote e irmão do Líder semi-Deus, Moisés.
Outro aspecto bastante relevante do Levítico é que nos empurra para muito além de um ritualismo vazio na relação do homem com Deus. Precisamos ver no Levítico, os primeiros passos da humanidade em direção ao que ensinaram os profetas e mais tarde o Senhor Jesus.
Muito antes de Jesus revelar claramente a vontade do Pai, esse maravilhoso Livro já ensinava ao Mundo a buscar o amor a Deus sobre todas as coisas - Amando ao próximo como a si mesmo.
Antigamente quando um sacerdote pecava, o mesmo teria que oferecer em sacrifício um bezerro sem defeito ao Senhor, daí então o seu pecado e juntamente com os pecados do povo seria expiado por causa da morte vicária e do sangue do animal inocente imolado. Ritual que era praticado uma vez por ano...
O sacerdote conduzia o bezerro á porta da tenda com uma de suas mãos, a outra mão ele colocava na cabeça do animal, e na presença de Deus imolava o animal, depois o sacerdote ungido pegava um pouco do sangue do bezerro e levava para dentro da tenda sagrada, molhando o dedo no sangue. O sacerdote por sete vezes aspergia com sangue a fachada do Santuário na presença de Deus. Ele colocava sangue nas pontas do altar dentro da tenda onde era queimado o incenso. E o resto do sangue do bezerro, o sacerdote derramava ao pé do altar do sacrifício e que se situava na porta da tenda sagrada (congregação).
Entretanto no limiar do tempo e do espaço. “Deus havia provido coisa superior a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados.” (He.11.40).
Ora, eu vos fiz percorrer todo este caminho para simplesmente vos dizer de que um ESTIGMA LEVITICO se perpetrou sobre o povo de Deus de hoje, haja vista de que a providência DIVINA veio da tribo de JUDÁ que não tinha nenhum elo com o sacerdócio levítico. Pena que hoje o escândalo da cruz tem sido debalde, desfeito o caminho da graça, e vituperado e ufanado a libação.
O nosso Deus quer a misericórdia e não o sacrifício!
Pergunto: Porque hoje os cristãos modernos se tornaram tão obscurantistas acerca destas coisas?
Ora, na plenitude dos tempos, Aquele que é atemporal e Eterno e que é o Senhor de todas as eras. Enviou o Seu Filho ao Mundo e como Sumo-Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque. Cuja linhagem sacerdotal, origem tribal difere da Tribo de Levi, posto de que Melquisedeque não tinha origem de dias, ou seja, nem principio e nem fim, todavia dois aspectos positivos apontam para dois elos muito importantes, que são: Rei de Salém e Rei da Paz cujas expressões proféticas anunciam: A Sua identidade Messiânica e uma monarquia divina atrelada a Sua transcendência real.
Jesus havia predito em outra Escritura: “O meu reino não pertence a este Mundo".
O que apenas quero afirmar é que O Senhor Jesus quando neste Planeta - água pisou. Ele aniquilou (ablação) todo e qualquer cerimonial e todo culto terrestre no que tange aos cultos sacrificais, de ofertas, holocaustos, primícias, dízimos, ofertas alçadas, festas ritualísticas, pactos, concertos mosaicos, aliança levitica, judaica, religiosa ou qualquer manifestação cultu [r] al “mística” e “esotérica” a Deus. Toda esta conjuntura, agora se resume Nele, se formou uma nova era, um novo pacto, uma nova aliança eterna, um único e eficaz sacrifício de sangue... Jesus Cristo ENCERROU em tese todas as formas e manifestações de adoração, louvor e cultuação a Deus.
Ora, a Lei foi apenas um preceptor (um aio) para a GRAÇA!
O Eterno sabia muito bem de que os israelitas não conseguiriam cumprir todos os ditames da Lei, e é pensando neste aspecto absoluto em que o apostolo Paulo diz: "Não há um justo, nem um sequer, não há ninguém que entenda, não há ninguém que busque a Deus. Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nenhum só. A sua garganta é um sepulcro aberto, com as suas línguas tratam enganosamente. Veneno de víboras está debaixo de seus lábios. A sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue, nos seus caminhos há destruição e miséria, e não conhecem o caminho da paz. Não há temor de Deus diante de seus olhos.” (Rm. 3.10-18).
Concluindo este pensamento de Paulo, lemos nos ver. 19 e 20 de Romano. 3, o seguinte:"Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado."
Visto de que o Senhor Deus já sabia de que os israelitas não poderiam ir mais adianta na observância da Lei, pois, mesma se tornara enferma e impraticável. Em função do mau discernimento por parte do povo. Daí surge uma pergunta pertinente: Se Deus sabia de que o povo não conseguiria ser fiel aos mandamentos encravados nas tábuas veterotestamentárias, então, por que a Lei?
Simples, basta ler em Rm. 5.13-14: "Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir.”
Vimos anteriormente em relação ao sacerdote, de que o mesmo deveria oferecer tanto sacrifícios de seus pecados como do povo. Posto que sem o derramamento de sangue INOCENTE não poderia haver remissão de pecados, ou os pecados serem encobertos!
Todavia está escrito na carta aos Hebreus: "Porque, se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda. Porque, repreendendo-os, lhes diz: Eis que virão dias, diz o Senhor, Em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei uma nova aliança.” (He.8.7-8).
E qual é esta maravilhosa ALIANÇA escrita nas tábuas de nossos corações?
Leia: "Porque esta é a aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei as minhas leis no seu entendimento, E em seu coração as escreverei; E eu lhes serei por Deus, E eles me serão por povo; E não ensinarão cada um o seu próximo, Nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece o Senhor; Porque todos me conhecerão, Desde o menor deles até ao maior. Porque serei misericordioso para com suas iniquidades, E de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais.” (He.8.10-12).
E é ai que entendemos o mistério da Graça onde Paulo afirma: “Mas agora se manifestou sem a lei a justiça de Deus, tendo o testemunho da lei e dos profetas; Isto é, a justiça de Deus pela fé em Jesus Cristo para todos e sobre todos os que crêem; porque não há diferença. Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus.” (He.3.21-26).
Se na expectativa de remissão através do sangue derramado do inocente animal, a antiga Aliança, de certa maneira justificava o sacerdote como também o povo de Deus. Posto que o Próprio Deus instituísse um tabernáculo mais sublime do que o Céu e superior a ordem desta criação.
Sim! No ritmo exuberante e ao som das trombetas angelicais ai vem o nosso Sumo Sacerdote Eterno, Jesus Cristo-Homem, único mediador entre Deus e os homens. Pronto para adentrar no Santíssimo Lugar da adoração, Aquele que é digno de penetrar no Céu e permanecer como o nosso Único INTERCESSOR a destra do Pai.
“... A qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até ao interior do véu, Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.” (He.6.19-20). E que não foi feito segundo a lei de um mandamento carnal, mas segundo o poder da vida indissolúvel.
Todos que foram feitos sacerdotes no antigo pacto morreram e impossibilitados se tornaram de permanecerem como intercessores do povo.
“Mas, este Jesus Cristo, que permanece eternamente, tem o seu sacerdócio perpétuo. Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por Ele se chegam a Deus. Vivendo sempre para interceder por eles” (He.7.24-25).
Portanto, aí está todo o grande mistério de Deus na manifestação corpórea da graça, i.e., “convinha-nos Tal Sumo-Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores e feito mais sublime do que os céus, que não necessitasse de sacrifícios, primeiramente por seus própios pecados, e depois pelos do povo. Isto o fez, uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu” (He.8.26-27).
O sangue de bodes e bezerros não exercia o poder de purificar a mente do pecador em relação ao pecado e ás obras mortas, para servirem a Deus e assim viverem em pacificação de consciência, entre si mesmo e Deus.
Todavia, o sangue de Cristo Jesus, ora na figura do Cordeiro Remidor, ou no Ministério de Sumo Sacerdote Eterno, nos assegura a expiação, a redenção, e a justificação eficaz. Proveniente de uma manifestação divina em forma da enigmática GRAÇA!
Espero que o tenha ajudado no que deveras entender sobre a Graça.
Um beijo,
Mano Serafim Artigo inicialmente escrito em: 16/12/2004. .

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