domingo, 14 de novembro de 2010

Deus, Nietzsche e a Teologia...


Descrever Friedrich Nietzsche é por demais temerário, pois, Nietzsche era uma pessoa que questionava (criticava) até mesmo a sua própria sombra. O universo de um filósofo deriva de outro pensamento filosófico universal, i.e., são pensamentos embasados em pensamentos já pré-concebidos dos pensadores da Antiga Grécia (clássica). O que diferencia um filosofo de outro é apenas o seu contexto ante a História e em qual época ele se fraciona como uma drágea de pensamento num imenso oceano estrutural de uma moral("espirito") em uma época.
Todo e qualquer pensamento pré-formado desemboca num abismo sem fim de destino sem solução nenhuma e assim segue a roda do moinho da existência girando e nela o homo-sapiens consumidor. Posto que os filósofos ainda hoje procuram as mesmas respostas que outrora punham em angustias e aflições de espírito os grandes pensadores da História: Platão, Sócrates, Spinoza...
Em uma de suas ministrações como Her-professor, Nietzsche, afirma para os seus discípulos-alunos a ‘morte’ de Deus (em tese, critica a moral religiosa de sua época)...
O Deus visto por Nietzsche representava a instituição deificada cuja demanda humana se fazia presa fácil pelas represálias clericais, que em vigência legalista se anunciava como representação do divino poder de julgar a conduta humana quanto o que se relaciona ao seu destino ( a instituição, a igreja amante do Estado, usurpa de Deus o seu poder e glórias designando assim o futuro de uma sociedade alienada da graça de Deus) .
A igreja temporal toma para si o que e a que a Deus pertence como possessão criadora.
A filosofia não consegue se ver no mesmo nicho de igualdade com a religião conservadora da ética e da moral subjetiva, porém criadora de doutrinas para manipular a fé do povo.
Para a filosofia nietzschiana, o homem interage com o seu ‘eu zaratustra’, sendo assim o 'profeta' de si mesmo, escolhendo o seu destino na existência.
E o que se percebe segundo ele, na história do cristianismo, Deus tem sido bem mais o vilão do que mesmo o salvador...a crença num Deus temível abarcaria temor, fobia e opressão - assim as almas estariam livres para não serem livres na escolha!
Nietzsche poderia até afirmar que Deus jamais existiu[em tese], talvez fosse mais lógico e racional, devido a sua filosofia racional...implica que, tal deus mortal seria o sedimento religioso de pessoas desprovidas de auto-critica...
Nele não há medo, nenhum receio devoto de ofender os deuses de fogo ou de pedra, nenhum temor beato de passar por cima de preconceitos místicos superados e antiquado, e exigir, fora da superstição e da idolatria hipócrita, a análise reveladora da verdadeira exegética religiosa.
Para ele, o Deus da verdade absoluta (como o Ser de suprema vontade e soberania diante da fragilidade humana, seria uma criação do inconsciente fóbico humano) jamais existiu, e se um dia existiu, deveria ser nas mentes tupiniquins em que negam a energia cósmica, o demais seria somente pulsões (Deus é o todo e não partes de um todo).
Por isso, a luta, o embate de contrários, é a virtude máxima. E bom ideal lícito é aquilo que triunfa, atravessa abismos, vence a obscuridade do mito da caverna, supera os piores pesadelos do apego animal, anula, com a determinação da vontade própria autêntica, os instintos inerentes ao rebanho humano medíocre. Enquanto mau, detestável, repulsivo é aquilo que cede covardemente e fracassa - Não há espaço para um Deus de amor personalizado e sujeito as nossas relatividades ambíguas...
Mas em contrapartida, se pensaria, Deus entra nesta "estória" como um arquétipo do deus de Maquiavel.
Pouco malévolo, porém, obscurantista em demasia acerca do ser-humano...,
E a teologia entra na discussão de que Deus é Deus sobre o homem e tenta revelar ao homem o Deus que ela mesma ainda estuda não como objeto, mas quanto; pessoa, ser, e Espírito. E disfarça sob uma espessa nuvem de poeira, no prognóstico indubitável do que de Deus se possa saber e entender ( uma viagem que vai do incognoscível ao cognoscível acerca do Eterno)!
-- Ora, Deus não se deixa escarnecer nem nas cadeias mais primitivas do saber humano e espiritual e se revela até mesmo na inteligência instintiva dos ingênuos animais irracionais, e revela muita coisa acerca de Sua existência. (Jó.37,38,39).
A teologia esta aí para nos certificar de que Deus existe?!...e Deus não tá nem um pouco preocupado para dar entrevistas de Sua existência, é o que mostra a Bíblia...
Nem sempre a sabedoria demanda sabedoria, conquanto a fonte de sabedoria emana discernimento de que caráter Deus é e de que essência se faz o homem. Visto que dos desejos nascem os pensamentos, e de Deus nasce à vontade de pensar com sabedoria ante a volição do amor compulsivo onde eclodiu a Criação.
É da graça de Deus o antídoto contra o suicídio de nós mesmos [e por causa de Sua misericórdia, Nietzsche não levou o seu louco "ateísmo"(eu diria, ceticismo) até as últimas consequências existenciais]..., é da inteligência dosada de bom senso que se torna agradável o viver neste Mundo caído[ de infelizes existenciais] e que há muito tempo deixaram de pensar acerca da vida e foram transformados em recipientes de propiletileno, em material plástico...A dessensibilização na vida de milhares é gritante
O que é antitético e ao mesmo instante agonizante é o pensamento absorto de estar em algum momento dentro da ‘caverna de Platão’ contextualizado em nossa realidade de nerd’s da insensatez religiosa e filosófica, posto que seja de fato em nosso pensar: um "mito".
Nos ditames da existência o objeto homem pensador transcende na percepção, ou seja, ele discerne toda a racionalidade da fé em virtude da qual cada indivíduo sofre diferentemente os efeitos da mesma causa. Neste pensador abriga no seu interior idiossincrático a imanência da eternidade de ser um individuo descobridor de Deus na sua individualidade existencial.
Não, hoje o pensar tornou-se fútil / inútil...,
O vigiar se tornou tentador...,
O antônimo se transformou em sinônimos!
Assaltaram a gramática (risos)?
Não, eles, os ‘grandes pensadores modernos’ filosofam Deus enquanto que o ‘titanic teológico sistemático’ afunda com esta geração, e as suas discussões acerca de Deus e da Sua existência; da existência humana e da felicidade não chegam a lugar algum, e debaixo d’água, submersos continuam a discussão sobre Deus, enquanto que a humanidade geme com toda a criação até que se ouça em voz de Arcanjo: “Estes são os verdadeiros filhos gerados do Amor de Deus!”
Neste ponto a teologia tem razão, em afirmar de que Deus Ama quem do amor fez a escolha própria de servir a Deus em tal filosofia práxis, posto que o Amor seja o motor motivador da vida!
E o coitado do Nietzsche chorou a morte de seu deus interiorizado que há tempos havia morrido no tempo, pois, a verdade deixa de ser relativa quando a certeza latente da alma desconhece o caminho da morte!
Nele-Cristo, quem nunca filosofou em centro de conhecimento algum, mas comprovou que de Deus se extrai o verdadeiro e puro Amor.
Mano Serafim ---------Escrito em 22-03-2010.

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