quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

HÍBRIDO


                                                          Fernando da Silva Santos

"Sabe aquele tipo de bebida que encontramos no mercado a qual não sabemos se é refrigerante ou água? Pois é, tenho a impressão de que o evangelho pregado por alguns segmentos dos chamados evangélicos é parecido com isso. Na verdade, determinados grupos sincretizaram de tal forma a fé que não dá para definir sua essência. Isto porque, a mensagem pregada em seus púlpitos é fruto de um cristianismo híbrido onde se encontram pressupostos cristãos e pagãos, espiritualidade e espiritismo, protestantismo e catolicismo.

Para piorar a coisa, tal práxis doutrinária e comportamental encontrou uma enorme aceitabilidade por parte da sociedade, e isto se deve ao fato de que as pessoas deste tempo, buscam desesperadamente por experiências e não a verdade. Elas não querem pensar, querem sentir; não querem doutrina, desejam novidades; não querem estudar a Palavra, querem escutar testemunhos eletrizantes; não querem adorar, querem shows; não querem Escolas Bíblicas, querem circo; não querem o evangelho da cruz, desejam o evangelho dos milagres; não querem Deus e sim as bênçãos de Deus.

Infelizmente estamos vivendo um tempo de paganização, onde cultos se fundamentam em impressões e achismos. Na verdade, o que determina o sucesso do culto não é mais a Palavra, mas o gosto da freguesia. A igreja prega o que dá ibope, oferecendo ao povo o que ele quer ouvir. Esse evangelho híbrido anuncia Cristo juntamente com o evangelho do descarrego, da quebra de maldições , da prosperidade material e não da santificação, da libertação e dos decretos humanos.

Prezados, como inúmeras vezes afirmei neste blog, confesso que estou absolutamente perplexo e preocupado com os rumos da igreja evangélica brasileira. Chego a conclusão de que mais do que nunca a igreja evangélica brasileira precisa URGENTEMENTE de uma nova reforma."

"Deus é mais viu?"

RESPOSTA:

Olá Manão

Eu só não concordo neste texto é com a expressão "REFORMA" (não creio em re-formas).
Ora, e a Reforma Protestante, O que dizer dela?

Decerto não foi o que Lutero idealizou para os seus dias de glórias e nem para depois deles, embora, e ainda hoje os "bastardos inglórios" que se cristalizaram ante ao morfo do tempo, corporificaram tal ensinamentos conservadores como se fossem uma nova doutrina para nosso tempo...
Acredito em uma única eficácia: REVOLUÇÃO -, foi esta a proposta sensata de Jesus..., pôr o mundão de cabeças para baixo. Na situação do avesso dos avessos que mostra o desproporcionado, o absurdo e o ilícito. Atrai o absoluto para si e no que há de ser convergirá para si, como o que já se foi-era, apenas permanece-sendo o fluxo do que há de vir de novo, pois, os fluxos dentro do tempo e do espaço se desembocam no abismo profundo do saber e conhecer de Deus...[qual foi a mente que o ensinou ou o orientou quanto a estas coisas?]

Daí surgem os projetos arquitetônicos da arrogância humana e teológica que de tempo-em-tempos produz uma bula para Deus...
Para o Evangelho o que valha como desapegos mundanos carrega sobre si tais sinonímias:
Implodir sistemas teocráticos institucionalizadores e denominacionais; desconstruir pensamentos pré-concebidos e pré-estabelecidos acerca de Deus [ninguém sabe o que Deus pensa]; e erigir OUTRO fundamento [que deve ser sempre o Evangelho dos 04 evangelhos] sem as maquiagens doutrinárias já existentes nos movimentos carismáticos [estruturadas dantes formadas]!
Todavia, acreditar que uma revolução obterá seu objetivo desejado, é o mesmo que possuir uma moeda de duas faces. Posto que de um lado está esfinge de um reformista-revolucionário e do outro a "monarquia" sistemática reinante!

Ora, o convite revolucionário é para a morte do eu cristão e protestante!
Seria permanecer morto para este evangelho caduca e vivo para o Evangelho como poder divino que transforma a mente e o coração...Jesus morreu e então reviveu para validar o seu testamento que produz verdade e ressurreição na vida de quem se abre e se rende ao Seu discipulado de amor!
Mas, o que vale(conta) é a ideologia de seu revolucionário...E neste contexto, é o Evangelho e não o atual Cristianismo protestante!
Avaliar que o Protestantismo necessita de uma Reforma para além do luteranismo-calvinista-arminiano-neopentecostalismo (rsrrs), no meu ver seria mais um taco de pano velho em vestido com vários remendos doutrinários, e mais, o protestantismo se tornaria mais sincrético ainda!
A minha proposta compila somente o Evangelho da Graça de Deus em total prática na vida de quem entende que o Evangelho é simples, dinâmico e educador!
Acredito que se nos reunirmos em torno da Palavra sem "deveres" e "obrigações", mas desejosos pelo encontro; sem "xerifes" e "Gurus", mas como sacerdotes de si mesmo e adoradores espontâneos; e sem nenhuma motivação humanista que gere um sistema vicioso do "politicamente correto". Certamente seria algo impressionante e espiritualmente abundante reunir-se espiritualmente em busca de Deus-por-Deus, e deixando de lado o que Deus poderia e pode fazer em troca disso!
A proposta espiritual, é INVOCAR a Deus em gratidão (ações de graças), como ocorreu no principio da adoração ao INVISÍVEL (Gên.4.26).
Ora, isso se tornou tão etéreo e rarefeito para a igreja moderna que se hoje nos cultos dirigidos a Deus, se não houver nenhuma manifestação metafisica de Deus como resposta, o culto não funciona[não há a presença], pois, para os protestantes carnais do ilusionismo gospel a la Benny Hinn..., Deus todos os dias tem que se comparecer a eles e apresentar um milagre exteriorizado para que assim seja contabilizado mais um extraordinário SHOW da FÉ!
Posto isso, a idéia de mais uma reforma no meio cristão protestante servirá apenas para atenuar o avanço do obscurantismo espiritual de agora, embora não sirva para outras gerações adiantes.
Diferentemente de se pregar e viver o Evangelho da Graça, tendo como paradigma a Pedra Angular/Rocha dos séculos/ Alicerce para HOJE e para todas as gerações!
Portanto, ser é diferente de possuir; pertencer equivale a incluir,  e teologizar a fé, é burrice brava de quem jamais pertenceu existencialmente ao Evangelho[este apenas brinca de ser crente]!
A maioria do povo não deseja saber nada de nada...o Evangelho tem que ser prático e não contemplativo!

A gente pode estar cheio até a tampa de conhecimento doutrinário e lotado de falsas percepções, contudo a sensibilidade e a essência de ser um discípulo de Jesus, nos falte por excelência intuitiva!
O caminho do discípulo se define sobremodo excelente, pois, nos leva ao encontro com o desconhecido e nos une aos laços de esperança do incompreensível..., sim, nos arrebata á força até irmos além do que se pode ver e entender racionalmente.
É o permanecer-permanecendo na Palavra e ocultamente sendo restaurado, curado e libertado pela Palavra de fé que segue viva banhando e refrescando a alma todos os dias da vida...
Ora, e é tão simples assim, se prega e se ouve o evangelho na fila do banco; na padaria da esquina; na escola; no trabalho e assim vai...ao contrário de ser assim, é a gente que fica procurando dificuldades onde não existem dificuldades. Somos os maiores construtores de superficialidades e enganos...,

E para isso a Palavra vibra  como espírito de  quem fala firme aos corações humanos!
Porque quando se apregoa o Evangelho ao próximo, também se ouve o que o própio Evangelho diz ao nosso respeito como testemunho do que e de quem somos!
Deveria não haver meio termo quanto a isso, embora a maioria dos cristãos do Mundo se agarrem nos legados de seus mártires contemporâneos e desta forma se petrificam,e em última análise, se INSTITUCIONALIZAM...,
E se esquecem de que o Evangelho não sofre mutações espirituais, antes, promove ás adaptabilidades da vida que estamos vivendo no agora!
E para o Evangelho o antes e o depois não se distinguem como temporalidade, mas se refazem como o tempo de que a eternidade dispõe como oportunidade de salvação para hoje. E você crer nisso?
Reforma não!
Revolução a começar do ambiente do coração, sim!
Mano SERAFIM

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