Não me recordo de ter
escrito algo sobre o nascimento do Salvador. Não me esqueço que o Salvador
nasceu sem os holofotes da mídia e se foi deste Planeta sem deixar pistas...
Não me fale da sua religião,
mas, por favor, me lembre para eu não insistir em falar da minha...
Pouco me importa se o
Salvador nasceu em outubro ou dezembro de uma era qualquer, e o que mais me
importaria se a História não tivesse seu fim histórico e revolucionário?
A história universal em forma
de utopia humanista foi tingida de vermelho
carmesim, sim, é isso mesmo, ela denuncia um divisor de águas...cria-se então
um paradoxo.
Portanto não conseguimos
assim negar a crença num Deus, entretanto, negamo-nos as suas obras.
Diz o ateu, ou melhor, o
crente traumatizado pela sua bronca com Deus:
Não sei quem me pôs no
mundo, nem o que é o mundo, nem o que eu mesmo sou. Vivo numa terrível ignorância
de todas as coisas. Ignoro o que seja o meu corpo, os meus sentidos, a minha
alma e até essa parte de mim que pensa o que estou dizendo agora, que reflete
sobre todas as coisas e sobre si mesma, e que não conhece nem a si, nem o
resto. Vejo apavorantes espaços do Universo que me rodeiam, vejo-me preso a um
cantinho dessa imensa extensão, sem saber por que fui colocado neste lugar e
não em outro lugar qualquer, nem por que este curto tempo de vida (sei que
estou morrendo a cada dia) que me foi dado vem inserir-se neste e não em outro
movimento de toda a eternidade que me precedeu e me seguirá. Não vejo por toda
parte, senão infinidades em que estou encerrado como átomo e como uma sombra
que dura apenas um instante e não mais se repete. Ora, tudo o que sei é que
devo morrer em breve, mas o que mais ignoro é essa própria morte que não posso evitar
daí o medo ser perene e ameaçador.
Assim como não sei de onde
venho, também não sei para onde vou. Só sei que, ao deixar este mundo, cairei para
sempre, ou no nada, ou nas mãos de um Deus irritado, sem saber qual dessas
condições será a minha por toda a eternidade, Eis aí o meu estado de
perplexidade existencial, cheio de fraqueza e dúvida...(que algum ateu de plantão me prove o contrário do que está supracitado não seja de fato verdade existencial)
Não precisa
necessária-Mente ser um cético pra duvidar de tudo que é verdade. A verdade só é
relativizada quando você acredita que seja Verdade a sua verdade, ainda que seja
sua verdade, uma mentira.
“A verdade encontra-se
dentro de uma área pequena e segura, mas o erro é imenso”-, escrito isso,
nenhuma verdade procede de uma mentira...
E nem porque seja algo
verdade para você seja de fato o correto.
Talvez, alguém me considere
um insensato, mas o convite está feito:
Vamos duvidar enquanto
podemos de tudo que é certo...,
Vamos colher as flores que
nascerem no asfalto...,
Vamos celebrar a vida num
cemitério de ossos secos...,
Rever as coisas que ficaram
inacabadas.
Vamos confirmar a esperança
do que já se perdeu...,
Venham, vamos navegar num
mar de projeções..,
Se o nosso deus for pequeno
a gente aumenta e se não existir a gente inventa.
Por favor, não me venha se
desculpando de que você sendo ateu não possua seu d ‘eu’ s. Saiba que ATEÍSMO é religião!
“É errado quando acreditas em cada um,
mas também é errado quando não acreditas em ninguém.” (Sêneca).
E mais, o homem é um ser pensante.
Daí seu grande mérito e sua dignidade,
considerando-se a faculdade de pensar como um canal aberto para a existência do
espírito imortal. Posto que o homem faria um ESFORÇO EXISTENCIAL COLOSSAL PARA NÃO
SE PENSAR EM DEUS, DO CONTRÁRIO NEGARIA TODOS OS SEUS ANSEIOS EM RELAÇÃO A
MORTE E A ETERNIDADE quanto a sua vida no imediato. Ainda que você tenha uma vida toda para empregar as suas energias espirituais e psíquicas em total NEGAÇÃO do Deus Criador, aliás, a negação a vida inteira consiste numa religião não-reli-gada ao Deus de todas as religiões ou se opõe de forma visceral ao Totem (risos).
E mesmo este não conhecendo de
onde saiu, e o seu propósito de gravitar neste chão das relatividades de todas as
crenças, descrenças e verdades com suas ambiguidades..,.
Torna-se menos complicado
para alma humana complexa rever a história de um maltrapilha Galileu que nasceu num estábulo
em Belém da Judéia para reconciliar o universo do homem ao Deus do Universo e seus
versos...
Este deixa de ser um ateu
convicto quando se identifica com o Cristo de Deus, O verdade!
Consideraria você isso um
absurdo?
Mas eu não, e acho tão
simples assim como absoluto!
Mano Serafim
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